Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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A FORMAÇÃO DOS COORDENADORES MUNICIPAIS DE SAÚDE BUCAL DO ESTADO DO CEARÁ
Lucianna Leite Pequeno, Filomena Maria da Costa Pinheiro, Giselle Cavalcante de Oliveira Pessoa

Resumo


Com a incorporação da Equipe de Saúde Bucal à Estratégia Saúde da Família, muitas mudanças ocorreram no modelo de atenção à saúde bucal, exigindo novas habilidades e competências dos profissionais da área da Odontologia (BRASIL, 2000). Este estudo tem como objetivo conhecer a formação dos coordenadores municipais de saúde bucal do Estado do Ceará, no ano de 2012. Trata-se de pesquisa quantitativa de natureza descritiva e exploratória. Os sujeitos incluídos no estudo foram os coordenadores municipais de saúde do Estado do Ceará e que aceitarem participar da pesquisa. O universo da pesquisa correspondia a 111 sujeitos, dos quais participaram do estudo 70 coordenadores de saúde bucal (63%). A coleta de dados foi realizada no período de outubro 2012, utilizando questionário semiestruturado, com perguntas abertas e fechadas. A análise e a interpretação dos dados basearam-se na estatística descritiva. Do total de 70 coordenadores pesquisados, 40 (57,2%) eram do sexo feminino e 30 (42,8%) do sexo masculino e a faixa etária predominante foi de 24 a 35 anos (64,3%).  A renda mensal que predominou foi de 4 a 6 salários e 80% dos entrevistados tem pós-graduação em Saúde Coletiva. Sobre a formação para trabalhar no serviço público durante o curso de graduação, 4 (58,6%) afirmou ter recebido. Considerando a atuação na gestão, enquanto coordenador de saúde bucal, 59 (84,3%) negaram esta formação para o cargo. Consequentemente, 47(67,1%) dos profissionais não se sentiam preparados para assumir a função de coordenador de saúde bucal. Sobre ter participado de treinamento para atuar como coordenador de saúde bucal, apenas cinco (7,1%) respondeu que sim. Dos dentistas entrevistados, 21 (30%) exercem exclusivamente a função de coordenador de saúde bucal, 38 (54,3%) atuam concomitantemente como cirurgião-dentista da ESF e o restante possui outros cargos. Quanto às dificuldades do trabalho foram citados: apoio dos gestores, recursos financeiros escassos, falta de autonomia, falta de compromisso de alguns profissionais, falta de formação para a gestão e baixa remuneração salarial, dentre outras. Denota-se que apesar de mais da metade dos profissionais ter recebido formação para trabalharem no serviço público, persiste a fragilidade na área da formação odontológica para a gestão. Torna-se importante a necessidade de investimento das instituições formadoras nesse campo, para que gestores em saúde bucal possam melhor desempenhar as suas funções.

Palavras-chave


SAÚDE BUCAL; GESTÃO EM SAÚDE; ODONTOLOGIA

Referências


BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria GM/MS 1.444 de 28 de dezembro de 2000. Brasilia, DF, 2000.