Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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O CORPO COMO INSTRUMENTO DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Jennifer Fonseca Lopes, Joseellen Salgado da Silva Alcântara, Thais do Socorro da Luz Silva, Vanessa Rafaelle Brasil de Souza

Resumo


A hipertensão arterial é uma das doenças cardiovasculares mais comuns e o principal fator de risco para complicações cardiovasculares, renais, coronarianas e encefálicas, constituindo um grave problema de saúde pública, o que denota a importância de estratégias de prevenção e promoção da saúde com este enfoque. O plano de reorganização de atenção à hipertensão arterial e à diabetes mellitus do Ministério da Saúde privilegia a abordagem integrada da equipe multiprofissional, e uma forma efetiva de trabalhar com isso é desenvolvendo ações a partir da concepção de clínica ampliada. Dentre estas ações destacam-se os atendimentos grupais multiprofissionais como importante dispositivo de educação em saúde, troca entre os usuários e destes com a equipe, com o objetivo de estimular a reflexão sobre o adoecimento e os fatores envolvidos nesse processo para, a partir disso, estimular formas de autocuidado e mudança de atitude. Nesse sentido, este trabalho tem como objetivo descrever a experiência dos Programas de Residência em Atenção à Saúde Cardiovascular e de Nefrologia da Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Vianna, na realização de atendimentos grupais a mulheres hipertensas assistidas no Centro de Saúde Escola do Marco e Unidade de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, ambos localizados nas dependências da Universidade do Estado do Pará, sendo os atendimentos ocorridos no período de abril a junho de 2013, realizados por uma terapeuta ocupacional, uma psicóloga, uma fisioterapeuta e uma enfermeira, com dois encontros semanais. Os atendimentos estiveram pautados no trabalho corporal como relaxamentos, danças circulares e atividades artísticas e buscaram promover maior interlocução entre usuários e profissionais, proporcionando um espaço de troca de informações e de expressão de ansiedade e insegurança provenientes da desinformação e da sensação de incapacidade em lidar com a doença, tendo o corpo como um corpo simbólico e existencial que revela um mundo permeado pela cultura, pelo comportamento humano, religião, artes e vida em sociedade. Pôde-se perceber através da experiência, que favorecer o autoconhecimento e a consciência corporal para as pacientes contribuiu para o aumento da autoestima, promoção do autocuidado, redução da ansiedade, expressão de sentimentos e aumento no nível de conscientização da doença, gerando novas atitudes frente ao processo de adoecimento, novos modos de se relacionar com o corpo e novas maneiras de existir no mundo.

Palavras-chave


Residência; Educação em saúde; Hipertensão; Corpo